quarta-feira, 20 de maio de 2009

Negociações avançam na UEFS!

Nota Pública do Comando de Ocupação


Feira de Santana, 20 de maio de 2009



Viemos informar que no dia 19 de maio de 2009 foram reabertas as negociações com o comando de ocupação tanto com a administração da UEFS quanto com o governo do estado, na figura do secretário de educação. Internamente, as negociações se encontram nas seguintes condições: foram entregues e apresentadas as propostas de minutas das bolsas auxilio especial, arte e cultura, extensão, monitoria e estágio acadêmico para a reitoria. A nossa atual reivindicação para esse ponto (proposta de minutas) é a realização de um CONSEPE extra-ordinário, na próxima semana, com pauta principal “apreciação das propostas de minutas” para que haja tanto a discussão na comunidade universitária sobre a nossa proposta quanto a devida apreciação. Externamente, as negociações se encontram nas seguintes condições: o secretário de educação aceitou a primeira proposição – marcou uma reunião de negociação para o dia 10 de junho, 9h, no prédio da reitoria, e estamos no aguardo das propostas do estado para as outras pautas para antes do dia 10 de junho. As pautas são: ampliação do valor e quantidade de bolsas, revogação da lei 7.176/97 e dia fixo e garantia do pagamento das bolsas.

É valido também informar que os seguintes setores estão em funcionamento na reitoria (a partir de uma solicitação da administração central e que o comando de ocupação compreendeu que no avanço das negociações são admissíveis): funcionamento do setor de recursos humanos e setor de pessoal até está quarta (20/05), em função dos prazos para a entrega de documentação do enquadramento dos servidores, sendo que isto viabiliza a progressão e promoção na carreira. É importante ressaltar que esta também foi uma solicitação do SINTEST, sindicato este que está se solidarizando com a ocupação e manifestação dos bolsistas; funcionamento por dois dias e doze horas (a contar das 15h do dia 19 de maio) dos setores responsáveis por viabilizar as formaturas da semana em curso; funcionamento da Divisão de Assuntos Acadêmicos (apenas o setor que efetua a matrícula de sétima chamada) sendo que esta tarefa será executada fora do espaço físico da reitoria, ou seja, o setor será liberado apenas para o recolhimento do material necessário. A liberação ocorrerá na sexta-feira (22/05).


Comando de Ocupação

Coletivo de Bolsistas da UEFS

coletivobolsistauefs@gmail.com

http://coletivodebolsistasuefs.blogspot.com/

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Baixe agora nossa Pré - Tese ao 51º CONUNE!

A pouco menos de dois meses do Congresso da UNE estamos a todo vapor no Brasil inteiro no processo de eleição de delegad@s e na Bahia não podia ser diferente!
Quer se juntar a nós? Conhecer nossas propostas, participar do debate conosco?

Baixe aqui nossa pré-tese, comente, divulgue, debata com seus/suas colegas, contribua e vamos construir a grande bancada do Contraponto no 51º congresso da UNE em Julho de 2009 na Capital Federal!

contato através do e-mail: contrapontoba@gmail.com (estadual) ou contraponto2009@gmail.com (nacional)


Copie e cole na sua barra de endereços ou clique no link na nossa barra lateral:
http://www.4shared.com/file/106054543/1c62cf1b/Contraponto_Pre_tese_ao_51_CONUNE.html


Ousando lutar, venceremos!

domingo, 17 de maio de 2009

Nota da Ocupação da Reitoria da UEFS

REITORIA DA UEFS OCUPADA (Greve d@s Bolsistas)
Bolsistas cruzam os braços, ocupam a Reitoria e denunciam descaso do governo.
Percebendo o descaso com que os programas de bolsas estudantis da UEFS vêm sendo tratados, com os sucessivos desrespeitos e a insistente recusa do governo do estado em atender/negociar nossas reivindicações e considerando a existência de uma ampla articulação estudantil em torno destes problemas. Então torna necessária uma mobilização generalizada e radicalizada no sentido de melhor conduzir estas lutas, unificar nossas pautas e garantir maior enfrentamento e combatividade frente aos abusos que temos sofrido. Com esse objetivo, em Assembléia dos (as) Bolsistas da UEFS do dia 14/05/09, o coletivo deliberou pela OCUPAÇÃO da Reitoria e a paralisação de suas atividades, que surge de um amplo processo mobilizatório que já dura pouco mais de dois meses.
Nossa pauta unificada de LUTA e REINVIDICAÇÃO incluem:
1) Vinda do Secretário de Educação do Estado da Bahia ao campus da UEFS, localizado na cidade de Feira de Santana, no sentido de resolução das pautas dos bolsistas;
2) A necessidade do aumento do número e valor das bolsas, que perpassam por questões de permanência/assistência estudantil, visto que o número atual não contempla a demanda para uma política de permanência efetiva de uma Universidade com sistema de cotas para afrodescendentes, indígenas e estudantes oriundos da rede pública de ensino;
3) A luta por ajustes relativos ao funcionamento dos regimes de bolsas (mudanças no caráter das resoluções em vigor, redefinição de carga horária, etc.);
4) Revogação da Lei 7176/97, instrumento intervencionista com que o governo do estado emperra a resolução autônoma dos nossos problemas;
5) Estipulação e garantia de um data fixa para o pagamento das bolsas;
6) Combate a qualquer tipo retaliação, repressão ou perseguição por parte de qualquer setor aos (às) bolsistas em greve, tomando as devidas providências de reação coletiva, ocupando os espaços e inviabilizando qualquer tipo de funcionamento do setor, como forma de garantir o direito à expressão e reivindicação;
Externamente, pretextando “razões maiores” para negligência nos repasses de verba, o governo recorre à atual crise econômica para justificar sua política de desmonte da assistência estudantil, penalizando a universidade pública e nossa categoria em particular sobre a qual tem recaído o ônus da crise. @s bolsistas vão pagar pela crise?!
Tendo em vista que as mobilizações até agora não apresentaram respostas significativas em face do descaso ostensivo do governo do estado em suas constantes recusas em acolher processos de negociação. Entendemos a necessidade de não só mantermos a paralisação / greve e expandi-la ao máximo como também conferir maior radicalidade na condução desta luta, com vistas à abertura de um processo de negociação com a Secretaria de Educação e a Administração Superior da UEFS onde nossa pauta seja acolhida e tratada com a merecida consideração.
Coletivo d@s Bolsistas da UEFS

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Reitoria da UEFS Ocupada!!!

Acaba de ser ocupada na manhã dessa Quinta - Feira a sede da Reitoria da Universidade Estadual de Feira de Santana(UEFS)por dezenas de estudantes principalmente bolsistas, com participação ativa do DCE.

A principal pauta é o atraso no pagamento das bolsas, alguns desde janeiro, o valor, número reduzido, política de assistência estudantil na Universidade, os cortes que o governo estadual implementou no orçamento para a educação que está um caos no estado e a revogação do Decreto 7176/97 que retira a autonomia das Universidades estaduais!

Acontece nessa tarde uma assembléia para definir os rumos do movimento mas a intenção é até o dia de amanhã conseguir paralizar todo o setor administrativo da Universidade e manter a mobilização até a vitória do movimento!

Em breve mais informes!

Ousar Lutar quando a regra é ceder!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Denegrir o Movimento Estudantil para uma nova cultura política!

Em seu quarto Seminário Nacional realizado em Belém durante o Fórum Social Mundial 2009 o Campo CONTRAPONTO debateu entre outros temas a construção de uma nova cultura política para o movimento estudantil. Esse debate que permeia nossa construção foi aprofundado de forma qualificada tornando-se elemento norteador da nossa ação. Para tanto definimos como de suma importância o debate racial na nossa formulação e intervenção na construção de uma nova Universidade, de uma nova sociedade e de um movimento estudantil realmente autônomo, democrático e de lutas!

1. O povo negro na Universidade e na sociedade

O Brasil é um país racista. Essa consideração, aparentemente antiquada, é a mais profunda verdade. A suposta harmonia entre as raças, chamada de “democracia racial” por Gilberto Freyre, serviu não apenas para o apaziguamento da consciência branca, mas, ao penetrar no imaginário da população negra, serviu de instrumento de dominação ideológica dessa população, paralisada diante de sua condição social.
As condições de vida da população afro-descendente, submetida pela exploração econômica da elite racista dominante, que se reflete em desemprego, violência, ausência de acesso aos direitos universais como saúde, educação e cultura, nos obriga a romper o cerco que o racismo nos impõe. Continuaremos a nos organizar, para desorganizar a dominação da elite racista e dizer: não! Organizar significa mobilizar instrumentos políticos e culturais no sentido de potencializar a defesa dos nossos interesses e se contrapor ao racismo que, em nossa sociedade, infelizmente, ceifa as esperanças da população negra, em especial a juventude negra, da realização de suas energias transformadoras e contra-hegemônicas.
Existe uma coletividade negra no Brasil, uma grande massa de afro-descendentes que, por sua condição econômica e pelas pressões do racismo, vivem uma situação comum: a de sub-cidadãos e pessoas de segunda categoria. Não podemos cair na armadilha ideológica dos que querem dividir entre negros e negras pobres, trabalhadores(as) e “remediados” (as). As elites racistas não fazem essa distinção. O racismo é uma ferramenta a serviço das classes dominantes para perpetuar a concentração de riqueza, poder e cultura nas mãos de uma pequena elite, ao custo da miséria e da morte da maioria da população.
Apesar das lutas, os indicadores sociais em relação a população afro-descendente não são nada animadores. Do total dos universitários, 97% são brancos. Sobre 22 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza, 70% deles são negros. Sobre 53 milhões de brasileiros que vivem na pobreza, 63% deles são negros. Outro exemplo lastimável desta desigualdade é quando comparamos os IDH´s (Índice de Desenvolvimento Humano) brasileiro a partir dos diferentes matizes raciais. Enquanto, o Brasil alcança no ranking das Nações Unidas a 65ª. Colocação entre 175 países, a amostragem por raça constata que o IDH dos(as) afro-descendentes encontra-se na 107ª posição e a dos(as) brancos (as) na 46ª.
Esta triste realidade pode se estender aos povos indígenas que ocupam a pior posição se comparado o IDH brasileiro, como comprovou o economista Marcelo Paixão, coordenador do Observatório Afro-Brasileiro e pesquisador do IUPERJ (Instituto Superior de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro): o IDH indígena brasileiro é comparável ao dos índios bolivianos (um dos países mais pobres da América Latina).
De acordo com o Pnad/2001 (Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios), a taxa bruta de escolaridade entre negros(as) foi de 84% e de 89% entre brancos(as). Quanto a taxa de alfabetização entre pessoas maiores de 15 anos, a população branca atinge índice de 92,3%, enquanto o contingente negro ficam em 8,8%. Quando o assunto é o rendimento médio familiar per capita, uma diferença de 196% nos ganhos separa os dois grupos. O Brasil negro recebe cerca de 1,15 salários mínimos. O branco tem proventos maiores, ainda que não resultem exatamente numa régia remuneração: 2,64 salários mínimos. O indicador da esperança de vida ao nascer também revela desigualdade, apontando 72 anos para os(as) brancos e 66 para os(as) negros(as).
No Mapa da Violência divulgado pela Unesco, o Brasil é o quinto de um ranking de 67 nações com as maiores taxas de homicídios de jovens na faixa dos 15 aos 24 anos. Dos jovens mortos em 2002, 39,9% foram vítimas de homicídio, o que equivale a 54,5 mortos por 100 mil jovens. Em pouco menos de uma década, de 1993 a 2002, as mortes de jovens brasileiros cresceram 88,6%, sendo um terço delas provocadas por arma de fogo. O crescimento do número de assassinatos entre os jovens é maior do que na população total. Os jovens negros são as principais vítimas, como números de mortes 74% superior. Estes números deixam transparecer que há um silenciado e sistemático extermínio da população jovem negra. A banalização, pelos meios de comunicação, do assassinato de nossa juventude negra é um elemento a mais que procura minorar os custos da elite racista, desorganizando a coletividade negra e anti-racista.
Outra face do racismo é a segregação espacial. Em grandes centros urbanos, como São Paulo, Salvador ou Vitória, existem verdadeiros territórios de maioria negra e outros em que os brancos são majoritários. Não acidentalmente, são nas periferias, nos loteamentos irregulares e nas ocupações em que encontramos a maioria dos afro-descendentes, relegados a espaços sem a menor infra-estrutura (saneamento, saúde e educação) ou equipamentos culturais. Ao contrário, nos espaços “brancos” se concentram a maioria das bibliotecas, centros culturais, cinemas e teatros e não se encontram, na mesma proporção, as péssimas condições de vida que nos territórios negros.

2. A luta anti-racista, o movimento estudantil e a construção da Universidade popular


Em meio ao próprio corpo estudantil, práticas de discriminação são comuns e são manifestas às vezes de forma escancarada, às vezes em atitudes subliminares. Já é hora de enegrecer a universidade e o movimento estudantil. Precisamos construir uma ampla discussão da temática étnico-racial em parceria com o Movimento Negro, somar forças na luta contra o racismo e pela igualdade racial no Brasil.
Um dos principais campos de batalha deve ser a universidade, precisamos trazer as contradições sociais pra dentro da Universidade, colocá-la em crise, discutir as políticas de acesso e permanência, debater a construção de um projeto de Universidade alternativo.Uma Universidade democrática e popular, que seja pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, produzindo conhecimento para o desenvolvimento e benefício da maioria do nosso povo, negro e pobre. Atualmente a Universidade pública é um espaço elitista que produz conhecimento para uma minoria e onde o povo negro não pode entrar ficando relegado ao ensino privado, sem qualidade, sem políticas de pesquisa, extensão e garantia de permanência.
Historicamente, foi negado à população negra o direito à educação. A presença quantitativa de estudantes negros e negras na educação superior é quase insignificante. O contingente de universitários no Brasil já é restrito, e dentro deste pequeno universo, menos de 2% são negros. Ora, não se pode falar em igualdade racial sem falar em igualdade de direitos.
Se, por um lado, com o PROUNI a população negra universitária cresceu, por outro, é preciso ver que a lógica que este programa obedece é racista. É a lógica de “uma educação pobre para os pobres”. Enquanto jovens negras e negros estão como bolsistas numa faculdade privada, onde pesquisa e extensão são penduricalhos inúteis, a aprovação das cotas raciais na universidade pública anda a passos lentos. A elite branca no Brasil não aceita abrir mão do monopólio do conhecimento e no governo atual as políticas afirmativas não são prioridade.
Dados recentes comprovam isso, 23% dos cursos tiveram nota 1 e 2 - de baixa ou baixíssima qualidade no ENADE, a maioria deles está no PROUNI, que tem atraído cada vez menos estudantes no País. No processo seletivo de 2009, foram 608.143 inscritos para concorrer às bolsas de estudo, queda de 28,9% em relação ao mesmo período de 2008, quando foram 855.734 candidatos. Além da redução, o programa amargou sobra de 7.484 bolsas.
Os braços governistas nos movimentos sociais correm para defender o programa, propondo uma maior fiscalização e o aumento do número de bolsas. Pelo contrário, somos definitivamente contra esse programa. Em nossa visão os recursos públicos têm que ser investidos na Universidade pública, que precisa se expandir, não como vêm sendo feito através do REUNI, mas com qualidade, garantindo estrutura para o funcionamento dos cursos, assistência estudantil, valorização de professores e funcionários, etc.
Para além do acesso, a falta de uma política de assistência estudantil faz com que os números da evasão sejam altíssimos precisamos também garantir a permanência nos estudos – pois de nada adianta a juventude negra entrar na universidade se não consegue nela permanecer – e o acesso a estágios e postos de trabalho em condições de igualdade.
É preciso também dizer que os nossos parâmetros curriculares são extremamente eurocêntricos e negam a raiz africana das ciências e a sabedoria popular forjada por séculos pelos nativos desta terra. A Universidade pode ser a força propulsora de um processo de desenvolvimento social que subverta a realidade racista e desigual no nosso país.

3. Uma plataforma de luta anti – racista para uma nova cultura política no movimento estudantil!

Mas é preciso ir mais longe. Florestan Fernandes dizia que “o preconceito e a discriminação raciais estão presos a uma rede da exploração do homem pelo homem e que o bombardeiro da identidade racial é prelúdio ou o requisito da formação de uma população excedente destinada, em massa, ao trabalho sujo e mal pago”. Ou seja, no Brasil a opressão de classe e opressão racial estão intimamente ligadas uma a outra.
A luta contra a desigualdade racial é uma frente estruturante da ação contra o sistema capitalista e os valores racistas implícitos a sua reprodução. Desta maneira, a construção de uma nova sociedade, sem racismo e discriminação racial, exploradores e explorados, opressores e oprimidos, é um objetivo estratégico que deve ser o orientador de nossa ação política num âmbito mais geral.
É essencial entender a conexão entre ambas, o que determinará as formas assumidas pela luta político-ideológica travada pelo movimento negro, integrado aos demais movimentos sociais e principalmente ao movimento estudantil.
Por isso podemos apontar uma plataforma de lutas e ações para enfrentar a situação e colocar nossa militância estudantil num outro patamar de relação com o movimento negro e avançando no debate estratégico necessário para as transformações sociais no nosso país.

Propostas:

· Desmistificação da “democracia racial” e combate ao racismo e todas as suas manifestações;

· Desenvolver o debate racial nas entidades de base e em todos os espaços do movimento estudantil, incentivando também a criação de núcleos e grupos de trabalho que se debrucem sobre o tema;

· Aproximar nossa militância estudantil do movimento negro em ações, debates e lutas conjuntas;

· Defesa das cotas raciais nas Universidades Brasileiras como uma das nossas prioridades;

· Defesa de políticas de permanência para a população negra nas universidades;

· Lutar por políticas de ação afirmativa pró-inserção da população negra no mercado de trabalho;

· Contra o PROUNI, pelo fim de novas seleções para este programa, investir recurso público na educação pública, queremos expansão de verdade e com qualidade!

· Avançar no debate de Universidade popular compreendendo a importância da questão racial nessa discussão; Contra o extermínio da população negra em especial da juventude nas periferias do país.


@s estudantes em Contraponto à UEB

Retomamos aqui nossa deliberação tirada em 2007 sobre organização do Movimento estudantil estadual que ainda está bastante atual!

1. Histórico

A Educação no nosso país passa por um momento difícil. Sofremos durante as últimas décadas duros ataques de diversos governos de matiz neoliberal, desde o fim da década de 80 até os dias atuais. O bum dos Escolões de terceiro grau, a total desregulamentação do ensino superior privado, os vetos ao PNE, a ausência de uma séria política de assistência estudantil, a Lei de Mensalidades, o PROUNI, o desinteresse na aprovação de uma Lei de Cotas que inclua o povo negro e indígena na Universidade e garanta a real construção de uma Universidade democrática e popular, o PL 7.200/06( reforma universitária), o REUNI (Universidade Nova), entre outras medidas são alguns dos exemplos que podemos dar.
O Movimento Estudantil historicamente esteve na defesa de uma Reforma Universitária que avance no sentido de garantir a todas e todos uma educação pública, gratuita, de qualidade, laica e socialmente referenciada. Nos governos anteriores, conseguimos de certa forma nos unificar contra os ataques da elite à universidade e à juventude, mas, no governo Lula, os diversos grupos no interior do movimento tomaram posições diversas desde o adesismo e a defensividade, até o sectarismo, fragmentando – se de forma a não conseguir construir uma resistência organizada aos primeiros ataques.
Mas, no bojo da crise da esquerda e dos movimentos sociais, na necessidade de reorganização dos mesmos e da construção de lutas unitárias que garantam vitórias para o povo e para o movimento estudantil, surgem diversas articulações de movimentos sociais, entre elas a “frente de luta contra essa reforma universitária” que tem antecedentes no “movimento barrar a reforma” onde se reunia a oposição à direção majoritária da UNE, o ANDES e o SINASEFE, além de D.A.’s, C.A.’s e executivas de curso, tendo realizado uma marcha que reuniu 15 mil pessoas em Brasília no dia 25 de novembro de 2004.
Essa passou a ser uma das pautas prioritárias do movimento estudantil seja a favor, seja contra ou em cima do muro, essa discussão determinou e muito as relações entre as diversas forças políticas e estudantes.

2. A UEB em direção contrária a luta d@s estudantes


Em meio a isso tudo em 2005 ocorre a “refundação” da UEB, assim como esse segundo congresso o processo de refundação foi muito ruim, construído de cima pra baixo, sem um debate na base do movimento estudantil, desorganizado, sem mobilização e debates preparatórios aonde as/os estudantes pudessem perceber a importância de um instrumento de organização do M.E. no estado.
Com essa percepção decidimos participar do I Congresso, entrando na sua direção de forma condicionada, com o acordo de realizar um COEEB(conselho estadual de entidades de base) de fôlego que desse conta das demandas não atendidas pelo congresso e pelo seu processo de construção. O que não aconteceu, pelo contrário a burocratização e o aparelhamento foram se aprofundando e o seu auge se deu no processo de implantação do Salvador Card. O prometido COEEB aconteceu no início desse ano, mas não poderia ser pior, sem um mínimo de divulgação, o conselho esvaziado se deu às escuras convocando um novo congresso para esse ano, construído da mesma forma, com os mesmos vícios e com tudo o que os governistas têm direito.
Essa entidade nos últimos anos não representou @s estudantes Universitári@s da Bahia, não tocou as lutas que eram realmente prioritárias, não reconstruiu a entidade, sempre esteve a reboque dos posicionamentos da direção majoritária da UNE, esteve apoiando e beneficiou-se com o acordo do Salvador Card que inclusive financia seus diretores e a sede da “entidade”, além das denúncias de corrupção no trato com as finanças da entidade.
Nesse meio tempo, apesar das dificuldades de articulação, várias lutas foram tocadas no estado sem que a UEB sequer lançasse uma nota de apoio e algumas vezes até sendo contra a luta d@s estudantes como no caso da luta contra o SALVADOR CARD.
O Fórum de DCE’s das Estaduais reuniu - se para exigir do Governo Wagner mais verbas para a educação; @s estudantes da UFRB exigiram que o governo Lula cumprisse as promessas e realmente dê estrutura @s estudantes de Cachoeira; na UCSAL @s estudantes ocuparam dois campi para exigir a matrícula d@s estudantes negr@s e pobres; na UFBA organiza-se uma resistência ao Universidade “Nova”/REUNI entre outras lutas. E onde estava a UEB nesse período?

3. Um convite à rebeldia

Todos os dias, deparamo-nos com profundas desigualdades e injustiças, produto da exploração do povo pela classe dominante. Como se não bastasse, crescem as tentativas, por parte de Governos em conluio com as elites, de retirada e restrição dos direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras e pela juventude, tudo em nome da busca incessante pelo lucro.
E, do mesmo modo que a juventude, os trabalhadores e as camadas populares só conquistaram direitos quando se organizaram e lutaram, o que a experiência tem nos mostrado é que somente através da nossa organização e da luta é que conseguimos resistir às tentativas de restrição e retirada de direitos e combater as desigualdades e as injustiças que nos cercam.
Por isso nesse momento se faz necessário, articular uma frente de lutas no estado que realmente organize o movimento estudantil para enfrentar os desafios que se colocam na atual conjuntura tanto nacional como estadual, uma frente para resgatar a combatividade do movimento na Bahia e construir uma ferramenta de luta d@s estudantes Baian@s.
Convocamos a todas e todos que não estão conformad@s com a atual situação no M.E. da Bahia e querem construir as lutas no estado para garantir a nossa vitória independente de governos, partidos e reitorias sem perder de vista a necessidade da construção de uma nova cultura política no movimento estudantil que além de autônomo, precisa ser democrático, inclusivo, combativo, buscar se aproximar efetivamente dos movimentos sociais, superando a burocratização, o corporativismo e a partidarização.
Só a luta muda a vida!!!


CAMPO CONTRAPONTO – Setembro de 2007


Tomates Vs. Cassetetes: uma luta entre desiguais

Nota Pública do Diretório Central de Estudantes da UEFS

O Diretório Central de Estudantes da UEFS vem através desta, expressar sua indignação diante dos fatos ocorridos durante a manifestação do dia 28 de abril de 2009 (terça-feira), organizada pelo Comitê de Luta pelo Transporte Público de Feira de Santana, do qual o DCE-UEFS é membro, e que terminou com lamentáveis cenas de agressão a estudantes por parte da policia e com a detenção de cinco militantes.
Durante o ato público, parte da população feirense foi às ruas reivindicar a construção democrática de um sistema de transporte acessível e de qualidade e a redução da tarifa – atualmente em abusivos R $ 2,00 - bem como expressar sua indignação face à maneira desrespeitosa com a qual a prefeitura se portou ao aprovar o último reajuste tarifário às vésperas do feriado de Micareta.
Ao reprimir de forma violenta o pleno exercício da liberdade de opinião e expressão da população feirense, a polícia mostra mais uma vez quem são os cidadãos que ela protege e de quem ela está a serviço, uma vez que a ação policial foi uma resposta à solicitação feita pelo SINCOL. Nesse tipo de conflito, as classes em disputa têm acesso a instrumentos de luta bastante desiguais; enquanto à população pobre e marginalizada resta apenas a alternativa de utilizar ovos e tomates para chamar a atenção das autoridades e se fazer ouvir, aos empresários disponibiliza-se a força policial da cidade, no sentido de amedrontar e silenciar a população que se revolta contra a exploração da qual é vítima.
Compreendemos tal iniciativa como mais uma tentativa de criminalizar e silenciar os movimentos sociais em Feira de Santana. A convicção e certeza de impunidade com a qual o SINCOL age, vem de sua conhecida parceria com a prefeitura municipal, que historicamente se posiciona ao lado dos empresários. O exemplo emblemático desta aliança é o fato de que este ano, a proposta de aumento - que sabidamente beneficia apenas esses empresários, e não a população - veio da própria prefeitura. Para nós, está explicita nesta atitude a covardia e o oportunismo do prefeito Tarcísio Pimenta e seus aliados.
Apesar de toda coerção da prefeitura e do SINCOL, nós, estudantes e trabalhadores/as, não recuaremos em nossa luta, pela redução do valor da passagem de ônibus, por um transporte publico de qualidade e a favor do direito de luta da população. A atuação do Conselho Municipal dos Transportes é arbitrária e deve ser imediatamente barrada! Direito não se dá, direito se conquista!


Diretório Central dos Estudantes – UEFS
Gestão: Ousar Lutar Quando a Regra é Ceder.


Contatos:
site: http://www2.uefs.br/dce/
e-mail: uefsdce@yahoo.com.br

Falta luta porque falta fé

Um esboço sobre o movimento estudantil na Universidade Federal da Bahia



Uma indagação paira nas mentes daqueles que ainda resistem em lutar nos mais diversos setores da Universidade Federal da Bahia: o que falta acontecer para voltarmos a ter movimentações que apontem uma saída para o caos em que vivemos dentro da universidade? Passamos por um momento complicado em que nossos direitos estão sendo claramente desrespeitados, e ao mesmo tempo, presenciamos uma paralisia que se explica, ou pode-se explicar, pela falta de fé nas instituições representativas e nas mudanças que viriam a partir das ações que essas organizações fariam caso houvesse um ambiente de luta. E há de se pensar que essa descrença não surge de algum dado especulativo, mas sim das ações, e muitas a falta dela, dessas mesmas organizações que são coordenadas por grupos, que agem como um veneno que dado em doses homeopáticas, tem por único objetivo matar todo e qualquer resquício de rebeldia que ainda existe na UFBA.
A meu ver, as piores ações desse governo, não se deram somente nas reformas e nos esquemas de corrupção, mas também na propagação de um sentimento que a todo tempo cria a idéia que as coisas já estão dadas, que nada mais se pode mudar, e não contente só com a propagação ele age por diversos meios para que essa teoria se estabeleça.
O nosso DCE infelizmente compõe esses setores, a notável falta de vontade em fazer atividades políticas, os CEB's esvaziados, a falta de uma maior veiculação de informações que atentem a comunidade discente qual a nossa real situação, todos esses fatores me levam a duas interpretações: o quanto é falha e equivocada a ação do DCE, pois não compreende a realidade da educação em nosso país e as especificidades da UFBA, ou o quanto é acertada a ação, pois garante um rebaixamento do debate, logo que ele garante que isso não aconteça, e o afastamento dos novos atores e atrizes que poderiam surgir a partir de mobilizações que poderiam ocorrer, nesse caso o DCE, ou o grupo que o dirige, não só garante a falta de espaços para uma avaliação mais crítica sobre as ações do governo nas universidades, ou no ensino superior em geral, mas também garante sua permanência, logo que para a maioria dos estudantes, a falta de debates e ações os afastam cada vez mais do contato com a política, e portanto do movimento estudantil.
O que nós, de esquerda, que não se vendeu aos interesses governistas, como fizeram os nossos colegas que fazem parte do grupo que dirige o DCE, vemos é uma falta de ação causando uma falta de fé, para lutar é preciso crer em algo e isso para nós já é dado, cremos no nosso partidos, nas nossas idéias, em mundo melhor, mas para a maioria essa crença está distante, a credibilidade das instituições se garantem pelas suas ações, e com a falta dessa, acreditar torna-se complicado.
O que nós, e aqui não me refiro só as/aos de esquerda, mas também as/aos que ousam lutar por uma universidade pública e de qualidade, precisamos fazer, é nos unir em prol de um ideal comum, resgatar a nossa fé nas pessoas e criar uma verdadeira alternativa democrática e de luta a essa gestão, e aos grupos governistas que hegemonizam a cena política em nossa universidade, precisamos criar uma nova cultura política que garanta uma real e maciça participação estudantil, que faça-o sentir parte de um corpo, de uma comunidade, e o torne responsável direto por uma nova cultura que está sendo proposta e o faça ter fé na luta.
Não podemos cair na falsa premissa que podemos criar fé de fé, ela só virá com a ação real e imediata dos setores lutadores do movimento estudantil e mediante a recuperação do ativismo e da combatividade das organizações representativas, é inaceitável a situação do M.E. da UFBA, e mais ainda é a postura do grupo que dirige o DCE diante desse quadro.
Nós não podemos nos conter nos nossos preconceitos e divergências, precisamos nos unir, ter fé, lutar...
Só assim venceremos


Saudações


Danilo Pereira
Membro do Diretório Acadêmico de Letras da UFBA
Militante do Campo Contraponto

De volta à ativa na Bahia!

O Contraponto é um campo do movimento Estudantil Nacional de esquerda que reúne militantes dos três Setores(estaduais, federais e particulares). Os princípios de luta que nos norteiam são:

1. Um movimento democrático e que transforme a realidade ao seu redor através da mobilização e da luta;

2. De uma educação pública, gratuita, popular, e de qualidade como pressuposto para uma universidade crítica e transformadora, espaço de reflexão e ação; e

3. De uma sociedade mais humana e solidária, sem desigualdades, opressões e injustiças.

Queremos construir, em conjunto com os/as estudantes que compartilhem de nossa indignação, um amplo debate sobre os rumos do movimento estudantil, sobre a educação e sobre o Brasil, e como podemos nos mobilizar para transformar a realidade do país. Fruto desse debate, queremos nos somar a todas as mobilizações dos estudantes e do povo, na luta por novas formas de estudar, produzir e viver, contra aqueles que querem nos ver calados, passivos como mercadorias.

Nosso lema é "Por um movimento Autônomo democrático e de lutas" a partir da construção de uma nova cultura Política para o M.E. que pressupõe compromisso com as lutas do povo; imperativo do diálogo, da autocrítica, da disciplina e da dedicação militante; combatividade; radicalidade e democracia.

Nacionalmente compomos a Oposição de Esquerda na UNE, temos uma diretoria na Executiva da entidade e uma diretoria na Plena, dirigimos várias mobilizações e lutas, entidade de base, DCE's e executivas de curso. Buscamos a unificação da esquerda do M.E. para dar combate às políticas Neoliberais principalmente no campo da Educação, mas também nos aliamos a diversos movimentos sociais que lutam por moradia, terra e Igualdade por exemplo.

Na Bahia nos encontramos em processo de reorganização contando com militantes também nos três setores, em grande parte dirigentes do movimento estudantil em C.A.', DCE's, executivas e oposições, em breve organizaremos um seminário estadual que será um marco na reorganização do Campo no estado e nos colocará como um dos maiores grupos do movimento estudantil baiano.

Essa é uma pequena apresentação! Em breve mais notícias!

Saudações de Luta!